domingo, 23 de maio de 2010

Fábrica precisará de 110 mil hectares adicionais de florestas plantadas de eucalipto


João Maria Vicente
Fábrica fará uma parada para manutenção de 10 dias em junho
A Fibria já tem estudos adiantados para a construção de uma nova fábrica de celulose em Três Lagoas. Foi o que anunciou o diretor geral de RI da empresa, André Gonçalves, em entrevista ao site celulose online, na segunda-feira (17). "Neste segundo semestre devemos dar início aos estudos ambientais nos locais das fábricas. Devemos também começar em 2011 novos plantios e para isso já estamos em conversações com fazendeiros locais. Pretendemos ter para estes novos projetos 70% de florestas próprias e 30% para parceiros", declarou André.
Estas informações foram confirmadas ontem (20) por Carlos Aguiar, presidente da empresa. Segundo ele, a companhia precisará de 110 mil hectares adicionais de florestas plantadas de eucalipto para que sua segunda unidade no município possa entrar em operação.

domingo, 9 de maio de 2010

Cultura do eucalipto ganha espaço entre pequenos agricultores

Cultura do eucalipto ganha espaço entre pequenos agricultores do Baixo Sul


Há seis anos seu Lindoelson Olegário dos Santos, 53 anos, conheceu a cultura do eucalipto ao visitar amigos no distrito de Posto da Mata (Nova Viçosa), Extremo Sul do estado. A partir daí, surgiu o interesse de pesquisar e obter mudas de árvores para o plantio em sua fazenda no município de Wenceslau Guimarães, Baixo Sul.

Da visita a Posto da Mata, seu Lindoelson trouxe na bagagem algumas sementes de eucalipto e a vontade de investir na nova cultura. Determinado, limpou a área e iniciou o plantio em sua propriedade.
Hoje, seu Lindoelson possui mais de 60 mil pés de eucalipto na fazenda Água Branca, de sua propriedade, localizada no distrito de Água Vermelha, zona rural de Wenceslau Guimarães. As mudas foram conseguidas por meio do Programa Agricultor Florestal, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). “Comecei com 200 mudas, hoje tenho uma floresta”, diz.

De crescimento rápido e retorno garantido, o eucalipto transformou seu Lindoelson em um dos maiores fornecedores da madeira para mourões de fazendas e madeireiras da região. “Quando comecei a produzir, o povo dizia que eucalipto secava a terra. Resolvi arriscar e, hoje, com o resultado tenho certeza de que isso é mito”, relembra.

“Para mim plantar eucalipto é economicamente viável. Tinha muita historia de que a terra secava, de que os passarinhos iriam acabar, e que não daria para plantar mais nada”, afirmou o agricultor que, junto com o eucalipto, cultiva cacau, banana-da-terra, além da criação de 60 mil peixes nas sete represas localizadas na sua fazenda.

Coordenado pela Sema, o Programa Agricultor Florestal apoia o desenvolvimento rural, fortalecendo a agricultura familiar e gerando trabalho e renda para os produtores rurais.

Técnicos da Sema prestam assistência técnica aos produtores, orientando sobre o plantio e manejo das sementes e mudas. “Comecei a plantar sem técnica, usava vários espaçamentos. Eles me orientaram sobre a espécie ideal para o meu terreno e ainda apresentaram outras opções de eucalipto”, destacou seu Lindoelson.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Juliano Matos, o programa modifica a cultura do agricultor familiar ao propor um ganho social e, principalmente, ambiental para a região. “A iniciativa dá dignidade ao homem do campo, propondo alternativas sustentáveis e condições de trabalho. Cerca de 80% da população de Wenceslau Guimarães vive na zona rural e sobrevive da agricultura”, disse Juliano.

Mercado e renda – Boa parte da madeira produzida por seu Lindoelson é comercializada com a Madeireira Novaes, em Wenceslau Guimarães. Há um ano e meio o proprietário Alex Novaes optou por trabalhar para atender a demanda de empresas e fábricas de estofados, camas box, portas e colchões. O comerciante repassa para as fábricas de móveis locais cerca de 80 a 100 metros cúbicos de madeira por mês. “A tendência é aumentar”, afirma Alex.

Segundo ele, trabalhar com o eucalipto tem sido gratificante. “Primeiro porque prezo pelo caminho da legalidade e pela preservação”, garante. “Aliado a isso, tem o incentivo para o pequeno agricultor investir na produção. Eu aconselho o plantio do eucalipto. E se depender de mim terá sempre mercado”, revela.

Agregar valor - Para atender e apoiar os agricultores da região, a Sema em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai disponibilizar capacitação no manuseio da madeira para os usos específicos.

De acordo com Renato Souza, presidente do Sindicato Rural de Gandu, cidade localizada no Baixo Sul, a parceria aconteceu devido aos produtores acreditarem no programa da Sema e na cultura do eucalipto. “O programa é relevante, pois educa o homem do campo e ainda abre a possibilidade para a geração de renda”, ressalta Renato, lembrando que a iniciativa tem o viés da preservação e sustentabilidade.

A próxima capacitação do programa, com data prevista para início de fevereiro, contará com palestras, seminários, dia de campo para os agricultores e visitas técnicas.
De acordo com o secretario do Meio Ambiente de Wenceslau Guimarães, Juarez Leal, o programa é responsável pela redução da degradação do meio ambiente. “Além disso, promove o desenvolvimento de forma sustentável, evitando o êxodo rural com a oferta de trabalho”, lembra.

“A expectativa é que esta parceria possa trazer mais uma alternativa de fixar o homem no campo, para que ele possa viver com dignidade e focado na sustentabilidade”, revelou Rogério Miranda, técnico da Sema.


Fonte: Ascom/SEMA