EUCALIPTO
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domingo, 12 de novembro de 2017
sábado, 8 de junho de 2013
Teor de Carbono em Combustíveis da Biomassa
Introdução
Este
trabalho faz parte do levantamento de dados para a revisão do Balanço
de Carbono (objeto do Termo de Parceria 13.0020.00/2005) firmado entre
a Organização Social Economia e Energia – e&e – OSCIP e o Ministério
da Ciência e Tecnologia – MCT.
O
Balanço de Carbono na área de Energia foi elaborado a partir dos dados
energéticos do Balanço Energético BEN/MME e de coeficientes de emissão
usados para apuração do inventário das emissões que contribuem para o
efeito estufa na área energética.
O
Brasil é parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas comprometendo-se a efetuar periodicamente um levantamento
das emissões causadoras do efeito estufa. A Organização e&e e o MCT
firmaram um Termo de Parceria (Nº 13.0020.00/2005) onde, através do
Balanço de Carbono, pode-se localizar eventuais falhas na apuração
dessas emissões que periodicamente são inventariadas, sendo os
resultados incluídos na Declaração que o País apresenta à Convenção.
No
Brasil a biomassa participa de forma significativa na matriz
energética. As emissões de CO2 provenientes da biomassa não
são contabilizadas[1]
como formadoras do efeito estufa já que em sua produção este gás é
extraído da atmosfera. Contudo, a contabilidade dos gases emitidos
pela biomassa é apurada já que outros gases, como o metano, são
incluídos no inventário. Por outro lado, a compreensão dos mecanismos
de reciclagem do carbono na atmosfera através da biomassa é importante
para a compreensão do fenômeno do aquecimento global.
A
importância da biomassa na matriz energética brasileira torna
necessário um tratamento mais cuidadoso das emissões dela
provenientes, já que a abordagem padrão definida pelo IPCC (International
Panel on Climate Change) está mais dirigida a perfis energéticos
onde a biomassa é menos importante. Apenas para realçar a relevância
do assunto, vale lembrar que quase um terço de nossa energia primária
provêm da biomassa e os produtos da cana (mesmo não considerando pontas e palha) já representam o segundo
energético primário em termos de oferta bruta no País.
O
objetivo deste trabalho é apurar os coeficientes mais adequados para
exprimir, para os principais combustíveis com origem na biomassa, o
teor de carbono por energia contida no combustível (medida pelo poder
calorífico inferior) expresso em tonelada de carbono por Tera-Joule (tC/TJ).
Devido à diversidade de processos de produção desses combustíveis, as
informações disponíveis na literatura técnica nem sempre apresentam o
grau de coerência necessário à produção de dados para as Comunicações
Nacionais à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do
Clima. Procuramos partir, em cada caso, de informações de uma única
fonte, baseadas em trabalhos de laboratório com a suficiente
especificação das amostras e dos métodos utilizados, cotejando os
resultados com os fornecidos pelo IPCC e investigando as eventuais
discrepâncias, inclusive com a realização de ensaios e de medições.
a) Lenha.
A
lenha é composta majoritariamente por celulose, hemicelulose e
lignina, em proporções variáveis conforme a espécie vegetal, e
substâncias menores, como resinas, nutrientes da planta e outras. É
natural, pois, encontrar ampla variação entre os dados de diferentes
fontes de informação sobre suas características físico-químicas, em
particular os teores de carbono e de hidrogênio e os poderes
caloríficos superior e inferior que entram na avaliação do coeficiente
de emissão de gases de efeito estufa, conforme a metodologia adotada
pelo IPCC.
Pesquisa em artigos publicados na Internet mostrou valores do poder
calorífico variando de 4.700 (eucalipto, acácia, gravílea) a 6.870
kcal/kg (mimosa), madeiras estas de uso industrial, sem menção
explícita do teor de umidade; para a lenha de uso residencial comum
não há informações que permitam a avaliação do teor de carbono e do
poder calorífico.
De
acordo com o Balanço Energético Nacional/2004, cerca de 63% da lenha
são destinados à transformação em carvão vegetal e ao uso como
energético nas indústrias de alimentos e bebidas, papel e celulose e
cerâmica; a espécie mais usada para essas finalidades é o eucalipto,
extensamente estudado por empresas siderúrgicas de Minas Gerais (Acesita,
Belgo-Mineira e Mannesmann, entre outras) e pela Fundação Centro
Tecnológico de Minas Gerais – CETEC. A Série de Publicações Técnicas
do CETEC contém importantes informações sobre o processo de produção
de carvão vegetal, sendo praticamente a única fonte pública de dados
sobre as propriedades físico-químicas do eucalipto. Assim, o
coeficiente de emissão para o eucalipto pode ser considerado como
representativo do uso energético da lenha.
O conhecimento do conteúdo
de carbono, hidrogênio e oxigênio de um combustível e de seu poder
calorífico superior permite calcular o poder calorífico inferior. Este
é base para os valores recomendados pelo IPCC dos coeficientes de teor
de carbono por energia e é também utilizado atualmente pelo BEN/MME
para expressar a energia em tonelada equivalente de petróleo (1 tep =
10000 Mcal).
O método de medição do
poder calorífico baseia-se, no balanço de energia, na combustão
completa da amostra, em geral com oxigênio puro, a volume constante, e
na transferência de calor para a água do calorímetro. A diferenciação
entre o poder calorífico superior (PCS) e o inferior (PCI) resulta da
consideração do estado final da mistura de gases de combustão e do
vapor d´água que se forma na queima de substâncias hidrogenadas[2].
Se o estado de equilíbrio térmico dos produtos da combustão com a água
do calorímetro ocorre sem a condensação do vapor d´água, o poder
calorífico medido é o inferior; se o vapor se condensa e a mistura é
resfriada à temperatura inicial (geralmente a do ambiente, tomada como
25°C), maior quantidade de calor é cedida ao calorímetro e o resultado
é o poder calorífico superior. A equação que relaciona os dois poderes
caloríficos é:
PCS = PCI + m(c ΔT +
L), (1)
sendo
m a massa da água de combustão,
ΔT
a diferença de
temperatura entre o ambiente e a temperatura de equilíbrio antes da
condensação e L
o calor latente
de condensação do vapor d´água.
O poder calorífico da lenha
de eucalipto foi obtido das seguintes fontes de informação:
- “Fonte primária
de energia – madeira combustível”, Martins, H; SPT 01, CETEC, 1980 –
PCS = 4.700 kcal/kg;
- “State of the
Art on Charcoal Production in Brazil”, Almeida, M. R. et al, Florestal
Acesita, 1982 – PCS = 4.200 kcal/kg (calculado pelo balanço de massa
na carbonização);
- “Produção de
energia do fuste de Eucalyptus grandis”, Vale, A. T et al, UnB, 1997 –
PCS = 4.640 kcal/kg;
- “Principles of World Science”,
Côté, N. A et al, Springer Verlag, 1962 – PCS = 4.500 kcal/kg.
O valor médio desses dados
é PCS = 4.510 ± 220 kcal/kg.
O teor de hidrogênio da
madeira é mostrado na tabela abaixo:
Tabela
1 – Características físico-químicas da lenha seca de Eucalyptus
Grandis (SPT-008)
Constituinte
|
Carbono
|
Oxigênio
|
Hidrogênio
|
Teor % em massa
|
50
|
44
|
6
|
Cada grama de hidrogênio
gera 9 g de água; assim, a combustão de 60g contidas em 1 kg da lenha
gera 540g de água. O PCI é:
PCI = PCS –
massa de água x (1 kcal/kg.°C * 75°C + 540 kcal/kg), no caso:
PCI = 4.510 –
0,540 x 615 = 4.178 kcal/kg.[3]
O coeficiente de emissão da
lenha calculado com esses dados é:
fc = 0,500kgc /(4.178
kcal/kg * 4,186 kJ/kcal) = (0,495 / 18,3 * 106) kgc / MJ =
28,6 tC /TJ.
Este resultado difere em
menos de 5% do coeficiente recomendado pelo IPCC.
b) Carvão vegetal.
A revisão do balanço de
carbono para o carvão vegetal visa a proposição de um conjunto
coerente de coeficientes de emissão a ser usado em trabalhos futuros.
A produção do carvão vegetal deixa, como sub-produtos, o alcatrão
insolúvel que pode ser recuperado em condições econômicas para ser
usado como combustível, o líquido pirolenhoso, contendo água, alcatrão
solúvel, ácido acético, metanol e gases. As proporções das substâncias
resultantes da pirólise variam com a qualidade da lenha e com a
temperatura de pirólise. O alcatrão é uma substância mal
caracterizada, fato que, aliado à variação de sua composição com a
temperatura de carbonização, dificulta a avaliação de sua contribuição
para o fator de emissão global.
As características das
substâncias serão avaliadas a 400°C, temperatura típica da pirólise
praticada comercialmente no Brasil. A proporção das várias substâncias
pode ser descrita com boa aproximação pela equação de reação[4]:

Os
teores dos elementos de interesse calculados pela equação acima são
satisfatoriamente próximos daqueles citados na SPT-008 do CETEC para a
lenha seca, como se mostra:
Tabela 2 – Composição elementar da lenha de E. grandis.
Elemento
|
Carbono
|
Oxigênio
|
Hidrogênio
|
Equação
|
0,495
|
0,440
|
0,064
|
SPT 008
|
0,500
|
0,433
|
0,061
|
Observe-se
que a fase de aquecimento da lenha até a temperatura de pirólise não
está incluída na equação. Na prática, uma fração da lenha
carregada no forno de carbonização, estimada em 5% em massa, é
queimada com o forno aberto, em condições atmosféricas,
emitindo
predominantemente CO2 calculável com o coeficiente
apropriado[5].
O uso da equação acima, juntamente com os poderes caloríficos obtidos
das Publicações Técnicas, permite calcular os coeficientes de emissão
da lenha, do carvão vegetal e dos efluentes líquidos e gasosos.
Tabela 3 –
Dados para o cálculo de coeficientes de emissão para lenha e carvão
vegetal.
|
Lenha
|
Carvão Vegetal
|
Água
|
CO2
|
CO
|
Alcatrão +
pirolenhoso
|
Massa
– g
|
2036
|
702
|
504
|
220
|
84
|
526
|
M. carbono – g
|
1008
|
576
|
-
|
60
|
36
|
336
|
Teor C
|
0,496
|
0,821
|
-
|
0,273
|
0,429
|
0,639
|
PCS – kcal/kg
|
4510
|
6940
|
-
|
0
|
2350
|
6610 (alcatrão)
|
PCI
|
4178
|
6750
|
-
|
0
|
2350
|
6390(alcatrão)
|
Coef.Emis.
tC/TJ
|
28,6
|
29,1
|
-
|
0
|
43,6
|
23,9
|
c) Produtos da cana
de açúcar:
O
coeficiente de emissão para o álcool calculado pela fórmula química
(18,8 tC/TJ) difere pouco do apurado no balanço das Emissões (18,5 tC/TJ),
sugerindo que a contabilidade do carbono nos insumos e produtos está
correta. O coeficiente usado no inventário, no entanto, é bastante
inferior a este valor (14,81 tC/TJ) já que levou em conta apenas o
teor de CO2 emitido pelos veículos.
O
balanço consolidado para destilarias (tabela 16, p. 36 do Relatório
Final) considera como insumos o caldo de cana, o melaço e outras
recuperações, e como produtos o álcool anidro e o hidratado. O bagaço,
que corresponde à parte fibrosa da cana, não é contabilizado no
sistema destilaria. O melaço é subproduto da indústria de açúcar, o
que mostra ter havido alguma dificuldade em tratar a indústria
sucroalcooleira como sistema. Não sendo nosso propósito, nesta fase,
incluir a produção de açúcar, procuramos tratar apenas da produção de
álcool, considerando como insumo a cana (açúcares fermentáveis -
representados pela sacarose - fibras e água); como produto e
co-produto aparecem o álcool (em anidro equivalente) e o bagaço
excedente; os rejeitos são os gases de combustão, representados pelo
CO2, o gás de fermentação (CO2 de fato) e o
glicerol, considerado como representante dos compostos de carbono
rejeitados como vinhoto. A tabela a seguir mostra o fluxo de compostos
de carbono na destilaria, os teores de carbono das substâncias
consideradas e o balanço de carbono.
Tabela 4 – Dados para o balanço de carbono de
destilaria de álcool.
|
Componente
|
t/tCana
|
Teor de C
|
Massa
C
|
PCI TJ/t
|
f C
|
Insumos
|
Sacarose
|
0,1401
|
0,4214
|
- 0,059
|
|
|
Fibras
|
0,1401
|
0,4432
|
- 0,062
|
|
|
|
Produtos
|
Álcool
|
0,060
|
0,522
|
+ 0,031
|
0,0278
|
18,8
|
Bagaço exc.
|
0,0222
|
0,443
|
+ 0,014
|
0,0183*
|
24,2
|
|
Rejeitos
|
CO2
comb.
|
0,190
|
0,273
|
+ 0,052
|
|
|
CO2
fermen.
|
0,073
|
0,273
|
+ 0,020
|
|
|
|
Glicerol vinh.
|
0,0053
|
0,3914
|
+ 0,002
|
|
|
Σ
MC =- 0,001 ( 0,8 %) * base seca
1 –
“Balanço das emissões de gases do efeito estufa na produção e uso do
etanol no Brasil” SMA/SP – 2004
2
–
“Análise Exergética da Produção de Etanol da Cana-de-Açúcar”, Esteves,
O.A. – Diss. Mestrado em Planejamento Energético – CCTN/UFMG-1995.
3
–“Tratamento de Efluentes na Indústria Sucroalcooleira”, CTC
Copersucar-1995.
4
–
Fórmulas: Sacarose C12 H22 O11 –
Glicerol C3 H8 O3
Com o
tratamento descrito, o balanço de carbono para destilaria de álcool
fecha com desvio relativo inferior a 1%.
Conclusão
Tabela 4 - (Resumo) Comparação entre os valores
recomendados pelo IPCC e os propostos no presente trabalho em tC/TJ
|
Este Trabalho
|
IPCC
|
Trabalho de Referência COPPE/MCT
|
Lenha
|
28,6
|
29,9
|
29,9
|
Carvão Vegetal
|
29,1
|
29,9
|
29,9
|
Alcatrão +
pirolenhoso
|
23,9
|
-
|
-
|
Álcool etílico
|
18,8
|
-
|
14,81
|
Bagaço Excedente
|
24,2
|
29,9
|
29,9
|
[1]
Naturalmente isto não inclui a eventual destruição do estoque de
biomassa acumulada em florestas nativas.
[2] A água
geralmente contida na lenha não entra nesse cálculo, devendo ser
eliminada pela secagem preliminar da amostra em estufa ou ser
excluída da massa da amostra.
[3] O Balanço
Energético Nacional/2001 registra PCI = 3.100 kcal/kg para lenha
comercial com 25% de umidade.
[4] A SPT-008
menciona como origem da informação o trabalho de Klar, M “Technologie
de la distillation du bois”, Librairie Poly Technique,
Paris, 1925.
[5] “Emissões
de gases de efeito estufa na produção e no uso do carvão vegetal”,
Ferreira, O.C
-E&E, nº 20, 2000.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Eucalipto – dele tudo se aproveita
.......O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. A partir do início do século 20, o eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e lenha para as marias-fumaças e mais tarde como poste para eletrificação das linhas.
.......No final dos anos 1920, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, tranformando-o em carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa. A partir daí, novas aplicações foram desenvolvidas. Hoje, o plantio encontra-se muito disseminado, desde o nível do mar até os 2.000 metros de altitude, tanto em solos extremamente pobres quanto em solos ricos, secos e alagados.
.......Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose. A partir do pólen extraído de suas flores, produz-se mel de altíssima qualidade, ao qual se atribuem, inclusive, propriedades medicinais.
.......O Eucalipto é, hoje, uma alternativa de preservação da natureza. No Brasil, dos 350 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, 100 milhões já provêm de plantios florestais, a maior parte de eucaliptos.
Esse consumo é distribuído entre geração de energia - na forma de lenha e carvão vegetal; produtos sólidos - como madeira serrada e aglomerados; e celulose - usada na produção de papel.
.......No final dos anos 1920, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, tranformando-o em carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa. A partir daí, novas aplicações foram desenvolvidas. Hoje, o plantio encontra-se muito disseminado, desde o nível do mar até os 2.000 metros de altitude, tanto em solos extremamente pobres quanto em solos ricos, secos e alagados.
.......Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose. A partir do pólen extraído de suas flores, produz-se mel de altíssima qualidade, ao qual se atribuem, inclusive, propriedades medicinais.
.......O Eucalipto é, hoje, uma alternativa de preservação da natureza. No Brasil, dos 350 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, 100 milhões já provêm de plantios florestais, a maior parte de eucaliptos.
Esse consumo é distribuído entre geração de energia - na forma de lenha e carvão vegetal; produtos sólidos - como madeira serrada e aglomerados; e celulose - usada na produção de papel.
.......O plantio de Eucalipto é uma atividade produtiva que ainda tem muito espaço para crescer em nosso país. No Brasil, o eucalipto é dez vezes mais produtivo do que outras árvores utilizadas em países de clima frio para produzir celulose.
.......Os plantios florestais no Espírito Santo são relativamente recentes e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, utilizam apenas 3,8% do solo no estado.
Curiosidades
- O setor de reflorestamento brasileiro emprega quase 700 mil pessoas diretamente, com mais 3,5 milhões empregos indiretos. Em 2006, o setor exportou o equivalente a US$ 5 bilhões.
- Uma árvore de eucalipto de 7 anos de idade tem aproximadamente 25 metros de altura e 18 centímetros de diâmetro. Ela é capaz de produz 3 fardos de papel.
- Aos 7 anos de idade, uma árvore de eucalipto já devolveu cerca de 70% dos nutrientes que retirou do solo, sob a forma de folhas e galhos;
- As raízes, folhas, galhos e cascas de eucalipto que são depositados no solo ao longo do seu desenvolvimento contribuem para a sua saúde e conservação.
- É uma excelente madeira, que deriva produtos de ótima qualidade;
- Por não ser nativo do Brasil, o eucalipto é imune a uma série de insetos e fungos.
- O Eucalipto é a árvore que cresce em menos tempo. Há exemplares que, em três meses, atingiram mais de 7 metros, enquanto o carvalho cresce, no espaço de 3 anos, somente 85 cm; No mesmo tempo, o álamo cresce 2 metros.
.......Tomando como base uma pessoa de 68 anos de idade e que uma árvore de eucalipto em idade de corte produza cerca de 0,38 m³ de madeira (ano 1998), essa pessoa terá consumido ao longo de sua vida:
Consumo per capita de papel = 38,8 kg/ano |
24 Árvores/Pessoa
|
Casa de madeira com 45 m² = 5 m³ de madeira |
0,5 Árvores/Pessoa
|
Carro de 500 kg de aço = 1,25 m³ de carvão vegetal |
4,5 Árvores/Pessoa
|
Consumo anual de energia = 200 milhões m³ de madeira |
272 Árvores/Pessoa
|
Armários/Mesas/Cadeiras/Camas/Utensílios |
6,5 Árvores/Pessoa
|
Total de 307,5 Árvores/Pessoa
|
Fonte – UFV (Universidade Federal de Viçosa – MG)
.......Portanto, das mais de 300 árvores consumidas por uma pessoa ao longo de sua vida, cerca de 97% desse consumo pode (e deve) ser de madeira de áreas reflorestadas.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
As dez florestas mais ameaçadas do mundo
A ONU anunciou nesta segunda-feira (24) 2011 como o Ano Internacional das Florestas. O objetivo das Nações Unidas é, claro, chamar a atenção para a preservação ambiental, mas também incentivar a reflexão sobre o uso das florestas e a relação que o homem estabelece com as matas. Mas quais são as florestas do mundo que merecem mais vigilância, que correm maior risco de desaparecer dos mapas captados por satélites?
São elas as florestas em risco crítico: Bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa, Norte da África, Oeste da Ásia (a mais ameaçada, com 5% da sua cobertura original preservada); Indo-Birmânia (nos países asiáticos Mianmar, Cambodia, Laos, Tailândia e Vietnã, com 5% da vegetação natural); Nova Zelândia (também 5%); Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei, com 7%); Filipinas (7%); Mata Atlântica (no Brasil, com 8%); Montanhas do Centro-Sul da China (8%); Província Florística da Califórnia, nos Estados Unidos (10%); Florestas de Afromontane (em Moçambique, Tanzânia, Quênia e Somália, com 10%); Madagascar e Ilhas do Oceano Índico (Madagastar, Seichelles, Ilhas Maurício, União das Comores e Reunião, 10%).
A lista, que considera a maior perda proporcional do habitat natural de cada floresta, é da organização não-governamental Conservação Internacional (CI). Dessas áreas, já foram devastadas 90% ou mais da vegetação original. Por isso, elas são consideradas "hotspots" - os locais mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do mundo.
Atualmente, a CI considera que existem 35 "hotspots" em todo o planeta. As dez áreas citadas encabeçam o ranking da degradação mundial. Cada floresta da lista abriga ao menos 1.500 espécies de plantas endêmicas. Com a perda das florestas, essas espécies desaparecerão. Segundo a CI, a Mata Atlântica, por exemplo, possui 8 mil plantas, 323 anfíbios e 48 mamíferos endêmicos.
Origem do desmatamento
Segundo Matt Foster, diretor da Divisão de Ciência e Conhecimento da CI, a maior ameaça das florestas é o uso da terra para a agricultura, industrialização e urbanização. Estevão Braga, engenheiro florestal da ONG WWF-Brasil, explica que, no Brasil, o processo de desmatamento é lento. "Desmatar é muito caro. Então, a retirada de madeira - além de financiar o desmatamento do local - é uma maneira de começar a transformar a área em pastagem que depois servirá à agricultura", conta o engenheiro.
Getty Images
Um problema que escapa aos satélites é que o desmatamento no Brasil é feito em pequena escala, em áreas próximas, até elas se unirem. "Muitas vezes, o gado é colocado embaixo de árvores altas para despistar os satélites que acabam, assim, registrando um certo nível de cobertura vegetal", revela Braga. Segundo o engenheiro, hoje no Acre (onde está localizada a Amazônia), há três vezes mais gados do que pessoas.
Salvar para todos viverem
Foster conta que é importante proteger as florestas porque elas proporcionam inúmeros benefícios, inclusive, econômicos. "Muitas delas ajudam a evitar a erosão e aumentam a absorção de água da chuva, o que é fundamental na manutenção das águas subterrâneas de uso doméstico", afirma. "O desmatamento também tende a aumentar o depósito de sedimentos em água doce de córregos e de rios, fazendo com que as populações de peixes diminuam. Além disso, a maioria dos benefícios econômicos resultantes do desmatamento é ganho de curto prazo (como, por exemplo, a venda de madeira). A longo prazo, essas terras podem ser tornar improdutivas", explica o ambientalista.
Além disso, a preservação dessas áreas ajudam a atenuar os efeitos das mudanças climáticas. "Elas absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, sendo grandes depósitos de carbono", explica. Desse modo, quando desmatadas, liberam quantidades enormes de dióxido de carbono na atmosfera aumentando o efeito do aquecimento global.
Os entrevistados acreditam que é possível preservar as florestas como, por exemplo, compensando financeiramento os "guardiões das florestas" como os índios e populações que dependem diretamente dela e incentivando o pequeno produtor a recuperar sua área. "Além disso, as pessoas devem saber o que estão consumindo. A carne que está embalada é proveniente de algum lugar - no Acre, região da Amazônia, por exemplo, há três vezes mais gado do que pessoas. Qualquer consumo impacta o meio ambiente", alerta Braga.
Há o lado positivo na história. O engenheiro disse que basta parar de desmatar e degradar para que a floresta, como a Mata Atlântica, sozinha possa aumentar aos poucos. "A tendência das florestas é de se recuperar, mas, para isso, é necessário uma política de combate ao desmatamento", afirma Braga.
Ano Internacional das Florestas
O lançamento do Ano Internacional das Florestas acontece em em Nova York, nos Estados Unidos, com eventos como palestras até o dia 4 de fevereiro। O Brasil prevê organizar um congresso internacional sobre as cidades e as florestas em Manaus, mas não há uma data definida.
Por Isis Nóbile Diniz, da Redação Yahoo! Brasil
São elas as florestas em risco crítico: Bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa, Norte da África, Oeste da Ásia (a mais ameaçada, com 5% da sua cobertura original preservada); Indo-Birmânia (nos países asiáticos Mianmar, Cambodia, Laos, Tailândia e Vietnã, com 5% da vegetação natural); Nova Zelândia (também 5%); Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei, com 7%); Filipinas (7%); Mata Atlântica (no Brasil, com 8%); Montanhas do Centro-Sul da China (8%); Província Florística da Califórnia, nos Estados Unidos (10%); Florestas de Afromontane (em Moçambique, Tanzânia, Quênia e Somália, com 10%); Madagascar e Ilhas do Oceano Índico (Madagastar, Seichelles, Ilhas Maurício, União das Comores e Reunião, 10%).
A lista, que considera a maior perda proporcional do habitat natural de cada floresta, é da organização não-governamental Conservação Internacional (CI). Dessas áreas, já foram devastadas 90% ou mais da vegetação original. Por isso, elas são consideradas "hotspots" - os locais mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do mundo.
Atualmente, a CI considera que existem 35 "hotspots" em todo o planeta. As dez áreas citadas encabeçam o ranking da degradação mundial. Cada floresta da lista abriga ao menos 1.500 espécies de plantas endêmicas. Com a perda das florestas, essas espécies desaparecerão. Segundo a CI, a Mata Atlântica, por exemplo, possui 8 mil plantas, 323 anfíbios e 48 mamíferos endêmicos.
Origem do desmatamento
Segundo Matt Foster, diretor da Divisão de Ciência e Conhecimento da CI, a maior ameaça das florestas é o uso da terra para a agricultura, industrialização e urbanização. Estevão Braga, engenheiro florestal da ONG WWF-Brasil, explica que, no Brasil, o processo de desmatamento é lento. "Desmatar é muito caro. Então, a retirada de madeira - além de financiar o desmatamento do local - é uma maneira de começar a transformar a área em pastagem que depois servirá à agricultura", conta o engenheiro.
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Um problema que escapa aos satélites é que o desmatamento no Brasil é feito em pequena escala, em áreas próximas, até elas se unirem. "Muitas vezes, o gado é colocado embaixo de árvores altas para despistar os satélites que acabam, assim, registrando um certo nível de cobertura vegetal", revela Braga. Segundo o engenheiro, hoje no Acre (onde está localizada a Amazônia), há três vezes mais gados do que pessoas.
Salvar para todos viverem
Foster conta que é importante proteger as florestas porque elas proporcionam inúmeros benefícios, inclusive, econômicos. "Muitas delas ajudam a evitar a erosão e aumentam a absorção de água da chuva, o que é fundamental na manutenção das águas subterrâneas de uso doméstico", afirma. "O desmatamento também tende a aumentar o depósito de sedimentos em água doce de córregos e de rios, fazendo com que as populações de peixes diminuam. Além disso, a maioria dos benefícios econômicos resultantes do desmatamento é ganho de curto prazo (como, por exemplo, a venda de madeira). A longo prazo, essas terras podem ser tornar improdutivas", explica o ambientalista.
Além disso, a preservação dessas áreas ajudam a atenuar os efeitos das mudanças climáticas. "Elas absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, sendo grandes depósitos de carbono", explica. Desse modo, quando desmatadas, liberam quantidades enormes de dióxido de carbono na atmosfera aumentando o efeito do aquecimento global.
Os entrevistados acreditam que é possível preservar as florestas como, por exemplo, compensando financeiramento os "guardiões das florestas" como os índios e populações que dependem diretamente dela e incentivando o pequeno produtor a recuperar sua área. "Além disso, as pessoas devem saber o que estão consumindo. A carne que está embalada é proveniente de algum lugar - no Acre, região da Amazônia, por exemplo, há três vezes mais gado do que pessoas. Qualquer consumo impacta o meio ambiente", alerta Braga.
Há o lado positivo na história. O engenheiro disse que basta parar de desmatar e degradar para que a floresta, como a Mata Atlântica, sozinha possa aumentar aos poucos. "A tendência das florestas é de se recuperar, mas, para isso, é necessário uma política de combate ao desmatamento", afirma Braga.
Ano Internacional das Florestas
O lançamento do Ano Internacional das Florestas acontece em em Nova York, nos Estados Unidos, com eventos como palestras até o dia 4 de fevereiro। O Brasil prevê organizar um congresso internacional sobre as cidades e as florestas em Manaus, mas não há uma data definida.
Por Isis Nóbile Diniz, da Redação Yahoo! Brasil
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